segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O obrigatório e o desnecessário

Apesar desse título, não vou falar do processo político dessa república. Esse blog se encontra num hiato distante de tudo o que acontece no mundo. O universo desses textos contempla somente as sandices e sabotagens que podem ser pensadas por minha mente, verso somente sobre o Show de Truman no qual que sou protagonista e co-diretor.

Nos poucos minutos que estive na padaria, esperando por meu pão e por uma generosa porção de mortadela defumada para o complemento de minha alimentação natural, acompanhei uma cena do filme que passava na tv. Num daqueles “sucessos” de Hollywood, com a previsibilidade de uma novela da televisa, o herói, que estava prestes a morrer, se aproveitava da presença de testemunas para declarar todo o seu amor pela mocinha desconhecida por mim, que acompanhei a cena de relançe.

Havia um impasse entre o sujeito que queria que sua mensagem de amor fosse passada adiante pelas moças que estavam perto dele em seus momentos de dor quase cristã e as próprias moças que defendiam que a mulher amada já sabia de todo o amor do cara. Usavam o seginte argumento: As mulheres sempre sabem.

Pesso desculpa aos dois ou três leitores desse blogue se nutrem crença na tal da intuição feminina, mas intuição sem pistas é só vontade. Não, nem sempre as mulheres sabem, vou além, e digo que elas só sabem se o sujeito deixou claro que não estava sendo só gentil, e que sim, estava dando mole, ou dando em cima. Caso contrário, é só um mal entendido. Dou total apoio ao cara que morria no fim do filme e tentava enviar à moça a confirmação dos seus sentimentos e penso que as mulheres com aquela ladainha do “Ela já sabe” estavam apenas com inveja por não serem elas mesmas o alvo da paixão do sujeito.

Agora vou ao desnecessário, ao que de deve evitar e até mesmo policiar para que não se faça. Não, ainda não vou falar sobre a sinceridade desnecessária, deixo isso pra outra carta. Quero falar da babaquice que é marca registrada dos machos-alfa: agarrar a namorada ao menor sinal de perigo. E que fique claro que não é exclusividade dos rapazes, muitas mulheres também praticam o não olha que é meu, as vezes em níveis mais absurdos que os homens.

Uma vez, enquanto subia uma escada rolante, testemunhei um desses momentos. A mocinha olhou para trás, e no mesmo momento, as antenas de vinil do seu namorado detectaram a presença de outros machos no recinto, muitos outros. Intantaneamente o rapaz desceu um degrau para ficar na posição necessária para agarrar a moça e mostrar que era dele. Babaquice maior não há.

Se eu pudesse ser ouvido por cada namorado e namorada, noivo ou conjuge dessas terras, eu tentaria lhes fazer entender que o abraço não é ferro de marcar gado. E que dada a mobilidade e as possibilidades desse tempo e dos outros que passaram, definitivamente, niguém é de ninguém. Smiley piscando