sábado, 18 de setembro de 2010

Suckling

Cristianismo à parte, é importante para o bom convívio em sociedade tolerar o intolerável. É isso ou embarcaríamos numa era sangrenta de lutas até a extinção da raça humana e existência de um único ser, o grande vitorioso, que na verdade seria o grande perdedor.

Em nome da coletividade eu aguento o moleque chapa quente ouvindo funk no auto falante do seu MP20, a mocinha descolada fazendo crítica da nova banda de indie músic surgida no Turcomenistão e playboy que chama todas as mulheres do mundo de piranha, sem cerimônia, talvez por estilo. Eu mesmo, tenho certeza, sou tolerado por dezenas de pessoas que se pudessem me mandariam para a quinta.

Mas se tem gente que mesmo com todo o esforço eu não consigo tolerar, gente que não engulo, a níveis de suco de tomate é gente que joga lixo no chão. Hoje um sujeito sentado no banco de carona de uma camionete, lançou de onde estava um copo descartável na rua que eu trabalho, o detalhe é que o carro acabara de sair de um posto de gasolina, lugar com 10.000 lixeiras espalhadas por todos os cantos. Me segurei para não mandá-lo pra lá.

Veja bem, não quero aqui exigir nenhuma consciencia ecológica do tipo coleta seletiva ou qualquer dessas coisas que só serve pra filho entediado de rico brincar de ambientalista na baixada fluminense. Desejava apenas, que esses senhores e essas senhoras que depositam detritos nos logradouros públicos colocassem a porcaria do seu lixo na lixeira!

Eu queria, de verdade, que houvesse uma fossa gigantesca, de preferência bem cheia do nosso lixo orgânico, para que nela fosse jogada de uma só vez os sujadores de rua. Ou então, que esses trastes fossem obrigados a comer o lixo que jogam fora, à força mesmo, até entopir, feito os patos inocentes pra fazer foie gras. Mas, o jeito é aguentar a existência desses oferendas recusadas e sonhar apenas com um universo paralelo onde a pessoa desintegra na hora ao jogar o lixo no chão.